CRIANÇAS E JOVENS PARTICIPAM DE OFICINA DE AUDIOVISUAL E DESENVOLVEM O TEMA DA COLETA SELETIVA SOLIDÁRIA.

A Oficina Tecendo Vídeos acontece de outubro a dezembro de 2010 no Colégio CG ou excepcionalmente na Qd. 18 Casa 63 do Setor Leste, as segundas e quartas-feiras das 19:00hs às 21:00hs.

Damos continuidade ao trabalho introdutório de elaboração de roteiro, análise de imagem e produção de vídeo documentário amador abordando histórias de vida. O processo acontece através de redes colaborativas, parceria com a COOPERFENIX, CERRADO EM PAUTA e apoio da UNB/PNUD, CEM 01 - CG, arte-educadores, artistas, produtores e comunidade.

A Oficina encerra com a realização de um documentario que será mostrado no 1º Fórum de Educomunicação do DF em data a ser definida.

Contamos desde já com sua presença!

...

TECENDO VÍDEOS EM PAUTA!

"Nosso Bairro" divulga trabalho em rede do Cerrado em Pauta, que apoia oficinas em cidades do Distrito Federal.

...

Com crianças entre oito e dez anos, e jovens entre doze e dezoito, iniciamos a 2ª Edição da Oficina TECENDO VÍDEOS, oferecida pelo VRATIA – Centro de Criação Cultural no Gama-DF, em parceria com a COOPERFENIX, CERRADO EM PAUTA e apoio da UNB/PNUD. A oficina acontece na Quadra 18 Casa 63 do Setor Leste e esporadicamente no CG, envolvendo um processo de criação e produção de vídeo documentário amador, onde são contadas histórias de vida da comunidade dentro de uma perspectiva sócio-cultural e sustentável.

As aulas acontecem as segunda e quartas-feiras das 19:00hs às 21:30, com duração de aproximadamente dois meses, nesta edição. O processo envolve aulas de criatividade, analise fílmico, noções iluminação e câmera, elaboração de roteiro, transformação de roteiro em material audiovisual e produção de vídeo documentário amador de curta metragem.

O projeto, coordenado por Walter Sarça & Karla Mariane, ocorre em REDES COLABORATIVAS e conta com a participação de arte-educadores, artistas, produtores e comunidade. Visa à formação de agentes sociais comprometidos com a documentação, transformação e preservação da cultura e do meio ambiente. Os participantes da oficina escolheram como tema a Coleta Seletiva Solidária, pois sendo em sua maioria filhos e filhas de catadores de materiais recicláveis, naturalmente apresentam a tendência de se preocupar com os rumos e mutações contemporâneas.

# VRATIA - Centro de Criação Cultural

...

Os trabalhos começaram em clima de "estranhamento". Vídeo? Como é isso?

A Raimunda, presidente da COOPERFENIX, uma pessoa fantástica, por sua intuição, coragem e simplicidade, tem abraçado a idéia com muito carinho e dedicação. Chamou, de casa em casa, filhos e filhas de catadores de material reciclável e colocou todos no único espaço disponivel até então: um terreiro, local de encontro espíritual. Lá tem acontecido as aulas.

Após as apresentações dos participantes e do projeto, entramos logo em ação conversando sobre os conflitos locais e mundiais. Percebendo que os problemas são similares e por se tratar de filhos de pessoas do mundo da reciclagem, os jovens decidiram por desenvolvermos o tema da COLETA SELETIVA SOLIDÁRIA, após um processo de brainstorm, encontramos muitas idéias que poderão ser aproveitas mais tarde.

Aqui eles leram um texto sobre redes colaborativas e debateram a respeito, fizeram um jogo teatral que envolve resolução de conflitos e trabalho em equipe. E assim caminhamos...

A repórter Larissa Souza conversou com a turma sobre jornalismo, a importância da pesquisa e da imparcialidade em um documentário, contou um pouco da sua história e debatemos sobre o trabalho que estamos desenvolvendo. No mesmo dia discutimos um pouco mais o roteiro com os participantes.

A parceria com o CG, representada pela professora Marcela, tem sido algo muito importante, sua generosidade a atenção tem fortalecido bastante o processo. Ela contou sobre a importância da 1ª Oficina para sua filha, Maria Luiza, falou sobre ética, respeito e participação.

Na sala de vídeo da escola são realizadas aulas de Storyboard e análise filmica, onde vimos os trechos do filme A Corrente do Bem - cena da entrevista -, um documentário sobre A Teoria do Caos, do filme Efeito Borbleta e o filme Conversa Sobre a Poesia realizado pela primeira oficina.

Em alguns momentos precisamos parar a oficina para chamar a atenção da turma. Por vezes um tanto dispersos. Muitos não demonstram compreender ou se importar com o fato de que uma da avaliações é o trabalho em equipe, e também o prazo de realização da oficina. Somente aos poucos alguns deles vão se envolvendo, dizendo o que pensam, o que pretendem. Outros demonstram nitidamente que estão em outro "mundo".

Não temos condições de nos dedicar a casos específicos, mas sabemos que a realidade dos jovens, de certa maneira, justifica o seu grau de interesse. Pensamos que, secretamente, alguns se perguntem: "o que é que estou fazendo aqui?". Eles não apresentam as atividades de pesquisa, perdem o foco a cada dez minutos, discutem, faltam, reaparecem. Infelizmente alguns perdem o fio da meada e acabam por desistir. Esses são fatos com os quais temos que lidar - prazo x qualidade, dispersão x motivação.

No dia 02 de novembro, feriado, reunião no terreiro, ficamos sem local para a aula. Improvisamos na casa da Raimunda, onde discutimos o roteiro. A introdução à camera aconteceu ali também, mas no beco, os jovens, tímida e curiosamente, começaram a conhecer a ferramenta. Vemos acima a Karla Mariane, coordenadora, e o Renan Santana, cineasta do Gama, que veio com muita vontade de fazer a diferença nesta edição. Sua aula sobre câmera e iluminação foi enriquecedora. A turma de trás conta com a Ingrid, o Artur e o Guilherme, jovens cineastas (?) aparentemente interessados. Sugerimos que eles formem um núcleo colaborativo nesta edição.

As locações, que aconteceram em todos os setores do Gama, inclusive na área rural, foram muito enriquecedoras. Percebemos que a Coleta Seletiva Solidária, embora já aconteça em alguns locais precisa de muito trabalho para se tornar uma prática. Percebemos também que é nas residencias que está o grande problema. O lixo gerado pelo comércio e pelas pessoas vai em parte para os sacos de lixo e conteiners sem nenhuma separação, mas o pior é que muitos de nós, e acredite, muitos mesmo, jogam os resíduos ao redor da cidade, sendo que a mesma lembra uma borda podre à qual tratam, ainda, com toda indiferença.

Esta oficina tem sido bem complexa, pois envolve uma questão que diz respeito à comunidade, comércio, autoridades, catadores, cooperativas e empresas. Ela tem se tornado um estudo e uma ação cultural. Sejam bem vindos a esta mobilização.

Na praça do Cine Itapuã, após conversarmos sobre o estado de abandono do mesmo, fizemos o planejamento geral e cronograma de captação de imagens. Para entender como aproveitar melhor a luz natural, fizemos um estudo com rebatedores. O contraste entre a Tainá, filha da Raimunda e a Cleide, que trabalha na área de saúde, despertou observações interessantes.

Primeiro, segundo e início do terceiro tratamento do roteiro considerados. Vamos filmar agora! Ou ficaremos em maus bocados: restrições no cronograma geral, desencontros, chuvas.

Devido ao prazo - a princípio dia 04 de dezembro - optamos pelo "tudoaomesmotempo". O Renan trouxe para o projeto uma visão mais técnica e detalhada. Walter Sarça mantém uma proposta "sanduíche de realidade", procurando comunicar da maneira mais simples e dinâmica possibilidades de fazer as coisas funcionarem. Essa alquimia tem sido enriquecidora, parece, para todos.

Luz, câmera, ação! Ali está o Renan, na COOPERFENIX, ensinando o Elvis, mascote do grupo. Esse menino mostra muita vontade. Atento e dedicado. Sempre o lembramos que a vida é feita de muitos aprendizados, e que é preciso ter flexibilidade e continuar buscando. Ele faz captações no setor sul, demonstrando responsabilidade.

Iniciamos os exercícios de entrevista, com declarações para a câmera, onde experimentamos diversos planos e movimentos. Mostramos vídeos com entrevistas. Serão feitas duas ou três perguntas consideradas importantes, não utilizamos microfone, aproveitamos a projeção do espaço, não é a melhor maneira, mas funciona e cumpre os nossos objetivos atuais. Essas são Lorrayne e Tayná, ambas envolvidas com essa etapa da oficina.

Os jovens cineastas que haviamos sugerido formar um núcleo no programa, não têm comparecido. Imaginamos que buscam algo mais elaborado, com mais recursos. Partimos, porém, desde o início, do pressuposto que podemos sempre fazer alguma coisa, e que a criatividade é a tecnologia fundamental. Não temos tido muitos colaboradores, mas tanto a presença do Renan, quanto o modus operandi do Vratia, tem conseguido realizar algo em relação à oficina e os meios para mostrar um pouco da história da coleta seletiva solidária e o que ela significa em nossa comunidade. Estamos avançado como podemos, com o que temos, faça chuva ou sol.

Uma técnica que adotamos desde o início foi filmar de bicicleta, ela oferece possibilidades únicas, que seriam inviáveis tanto a pé, quanto de carro ou skate. Algumas imagens do filme serão realizadas desta maneira.

Fizemos as entrevistas e 95% das captações.

Com o Ramon Amorin, editor e estudante de publicidade, (des)montamos o quebra-cabeças. Ainda estamos na fase de triagem do material e esboçando as trilhas. Um dos caminhos será recolher arquivos sonoros das próprias captações (sons em ferros-velhos, ruas etc), bem como material de musicos da cidade, enriquecendo a idéia de rede.

O resultado ainda não sabemos. O filme dará, acreditamos, uma idéia da dimensão da "sujeira em que estamos metidos", e principalmente de que essa sujeira não é nem boa nem ruim, mas um recurso.

O problema é: será ou não utilizado de forma criativa?

O prazo aumentou. O 1º Fórum de Educomunicação foi adiado para o dia 18 de dezembro de 2010.

A nosso ver, este projeto visa a inteligencia colaborativa, envolvendo algumas cidades do Distrito Federal. Acreditamos que propostas como esta sejam o caminho para o desenvolvimento de novas idéias no campo real. Já foi colocado que o Coletivo é mais inteligente que o indivíduo. Apesar de se tratar de uma experiência, e de toda rede ser perecivel, é a partir de iniciativas como esta que as pessoas passam a compreender na pratica a sabedoria das multidões. É neste caminho que seguimos, e esperamos que atravé desta idéia mais pessoas "parem de falar e começem a agir, e agir direito".

O encerramento do Cerrado em Pauta aconteceu como previsto, no Centro de Excelência em Turismo, na UNB, nos dias 17 e 18 de Dezembro de 2010, reunindo ativistas do Gama, Planaltina, Ceilândia e Brazlândia. Na mesa de debates a presença de membros do MMA, UNB e comunidade. Houve a participação de 100 pessoas, aproximadamente.

Em uma das fotos acima Fernanda Rachid e Marina Bicalho, articuladoras do projeto no Gama. Exibimos o filme A Riqueza do Lixo, resultado da oficina Tecendo Vídeos que foi visto e debatido pelos participantes.

...

REALIZAÇÃO 

APOIO