TECENDO VIDEOS PREPARA UMA "CANÇÃO AMIGA" CONTRA A VIOLÊNCIA COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES.

Sem uma perspectiva econômica que incentivasse a continuidade do projeto Tecendo Vídeos e percebendo que o trabalho em Redes Colaborativas não é o forte ainda em nossa comunidade, iniciamos com a cara e a coragem. O Plano? Sonho e atitude.

Pensamos em trabalhar no “espaço” VRATIA, por possibitar atender diretamente crianças e jovens, mas, por não termos estrutura (espaço adequado para cumprir todas as etapas e alimentação para suprir os participantes da oficina), buscamos parceria com o projeto Escola Integral, na qual fomos atendidos. Iniciamos a terceira edição no dia 09 de agosto no CED 08, localizado na quadra 04, setor sul do Gama. As aulas ocorrem às sextas-feiras das 09h00 às 12h00. Temos uma turma de trinta participantes entre 11 e 14 anos de idade.

APRESENTAÇÃO DO PROJETO, TURMA

& DAS ETAPAS DO CURSO

As etapas do curso não correm de maneira fluída no primeiro mês. O projeto Escola Integral foi implantado no CED 08 há um tempo relativamente curto, portanto, passa ainda por experimentações, entre elas, o Tecendo Vídeos, que tem sido algo relativamente novo no campo do ensino, já que requer um investimento relativamente maior que linguagens convencionais como teatro, literatura ou pintura, pois suas ferramentas não permitem reciclagem, e apesar de adotarmos em nossa metodologia a utilização do celular, mas não como objeto principal.

Os encontros que envolvem diálogos, debates, jogos, leituras e visualizações. Através de Brainstorm chegamos ao tema que hora desenvolvemos - a violência contra crianças e as drogas.

DEBATE, BRAINSTORM (PARA ESCOLHA DO TEMA)

& REDAÇÃO

Conseguimos um DOP (recurso de terceiros) que “caiu do céu”, pois, apesar de não suprir os custos de nosso trabalho, tem sido muito benéfico no sentido de aprimoramento técnico, que consiste em equipamento de filmagem, iluminação, sonorização e edição. A pesquisa orçamentária não é simples, pois, em termos de recursos, o que se coloca em uma parte se retira de outra. Precisamos de qualidade e praticidade, com o pouco que temos. Se investimos em uma câmera de qualidade razoável, não poderemos pensar em um PC que suporte programas pesados de edição, e nem mesmo em um software original, que evita problemas com atualizações e não trave, nos deixando em apuros na hora do corte.

MÉTODO DE CRIATIVIDADE WALT DISNEY & JOGOS 

Etapa da idéia de criatividade como instrumento de rompimento de hábitos antigos e liberação da mente. Debatemos sobre intuições, imaginação e até mesmo sonhos, como meio de criar idéias para o filme. O brainstorm é uma maneira de verificarmos a visão de mundo dos oficinandos, além de dar margem às suas expressões. Eles propoem coisas bastante interessantes, às vezes fora da "realidade" e outras, revelam muito críticos. Sugerimos prática do método de criatividade Walt Disney, onde eles encenam uma egociação com personagens sonhadores, realistas e críticos. Além dos espectadores, há um observador observador, que depois relata o que presencia durante a atividade.



HQ, ANÁLISE DA IMAGEM, CÂMERA, LEI E FILMES

Aqui passamos pela HQ e análise da imagem. Assistimos filmes sobre planos e tomadas, enquadramento, movimentos de câmera. Verificamos como o áudio altera a cena, fazendo algumas experimentações com sons e musicas diferentes. Discutimos sobre a estética de algumas obras como O Expresso da Meia Noite, The Acid House e Réquiem para um Sonho, além de trechos de curtas brasileiros e reportagens sobre o uso e conseqüência das drogas.

TÁBITHA, 11 ANOS, APRENDENDO A FILMAR

Esta imagem nos encanta devido a concentração da Tábitha, que desde o inicio participa e se empenha no projeto. Se não podemos mudar o mundo, podemos contribuir para que ele seja de fato uma Teia da Vida, é essa a nossa maior satisfação.

A Tábitha, entre outros, é uma sementinha mágica, com suas características próprias, e que acreditamos dará frutos excelentes, brotados no coração. Não é uma promessa, mas um ato de amor e não pretendemos estar sós, contamos com a ajuda de todos que acreditam em missões como esta.

ROTEIRO, EQUIPE & CÂMERA

Etapa de aprimoramento da idéia, pesquisa e câmera. Convidamos o Neemias (participante de 1ª Oficina Tecendo Vídeos) que contribui falando sobre sua experiência e acompanhando a turma em experimentações com celular e noções de câmera. Após o termino da 1ª Edição ele tem realizado oficinas de produção audiovisual além de estar envolvido em projetos de documentário e videoclipe. Sua presença muito nos alegra pois é a Teia que começa a se tornar visível.

Embora a pretenção inicial tenha sido realizar uma mostra, o fato de estarmos atuando independentemente, não nos proporciona, por hora, este "luxo", apesar de termos duas pautas previstas, uma para o Galpão Cultural e outra para o SESC, ambos no Gama. Alimentar essa pretenção para a 3ª Edição pode não ser o melhor caminho, já que temos como alternativa disponibilizar o vídeo na Internet e posteriomente realizar um ciclo de palestra com estudantes de escolas do ensino fundamental.

Com as chuvas temos menos possibilidades de ação. Em nosso plano de produção temos de prever os melhores dias para captação e entrevistas.

CELULAR, "EQUIPES" & INTERVENÇÃO

Pré-montamos “equipes” que agora começam a emergir em seus respectivos campos de atuação. Todos os saberes e habilidades, tais como pesquisa, elaboração de roteiro, iluminação, câmera etc, que são apreendidos em aula, o são coletivamente, e para aprimoramento técnico trabalhamos com grupos menores ou “equipes”, conforme afinidade ou curiosidade.

Quem sabe outra(s) parcerias com entidades e instituições locais e do Distrito Federal. Buscamos parceira com a Administração do Gama, mas sem resultado além de palavras. As coisas vão surgindo lentamente, já que trabalhamos com jovens bastante inquietos, que somente aos poucos se mostram interessados em escrever uma história coletiva.

Os participantes realizam a primeira intervenção na própria escola, escolhendo temas como arte, esporte e ecologia. Esta experiência é uma das mais empolgantes para a turma, que não demonstra muito interesse por teoria, nosso método tem sido misturar debates, escritos, visualizações e práxis visando o melhor aproveitamento possível para um excelente aprendizado, mesmo com "recurso zero".

ROTEIRO, SONORIZAÇÃO & ENTREVISTA

Escrevemos um resumo de nossa idéia, mas após um debate decidimos por alterar o ponto de vista sobre as drogas. Passando a tratar não mais das conseqüências, mas de ações preventivas. E assim, escrevemos um outro resumo da nova idéia, descrevendo o enredo e os entrevistados. Pensamos também nos acontecimentos e atmosfera. A partir desse "esqueleto" estamos aprimorando nossa forma de contar a história.

Iniciamos o projeto do filme abordando a história, o tema e a forma. Pensamos na nossa paleta de cor, no orçamento, configurações de câmera, desenho de iluminação e a visão do filme.

Fizemos um estudo para a gravação de áudio. Da necessidade de gravar um som claro, aspectos como alcance do microfone, uso de fone de ouvido e níveis de audiocontrole de som ambiente e união do áudiocom o vídeo. É fascinante aprender a ouvir, a ver.

CÂMERA & ILUMINAÇÃO

Buscamos uma visão geral também de iluminação, visando tirar o máximo proveito do filme. Através de exercícios de iluminação, foi sugerido confiar em nossos olhos. Brincamos com a luz e como a câmera a trata.

Na simulação de iluminação estudamos a luz principal, a contra luz e a luz complementar e uso de rebatedor. Levamos em conta a direção da luzes, o ambiente, a profundidade e a fonte da luz. Ouve um clima de participação e colaboração, onde nos pareceu claro o interesse e a vontade dos participantes. Breve faremos um ensaio para na primeira quinzena de novembro iniciarmos o filme.

Temos conversado com possíveis entrevistados que se mostram receptivos e interessados em participar com entrevistas e documentos. Entre eles estão a Cia Voar(Setor Central), a Escola Classe 16 (Setor Sul), o grupo R.A.S.G (Concentrados no Setor Leste), A AFAGO (Setor Leste) e o Tecendo Vídoes (que atuará em um processo metalinguistico).

Uma de nossa preocupações tem sido a chuva, e para tal estamos buscando previsões junto ao CPTEC para os próximos dias. Não temos um gestão qualificada até então, seguimos como podemos e com o que temos. É um "osso duro" amarrar tantos nós, mas vemos as coisas com bom humor.

FORMANDO EQUIPES

Um ponto muito importante é a "equipe" que atuará na confecção do filme. Trabalhamos com orçamento zero - uma brincadeira séria. Contaremos na produção do filme com: direção, câmera (no caso três), sonorização, produção, iluminação, continuidade, contra-regra e montagem.

Aqui decidimos quem será necessário e o que fará; a importância da colaboração, de saber ouvir e ter calma, do compromisso, da integridade da idéia do filme, e alertamos também que o filme pode não sair exatamente com a nossa visão, e que precisamos ser flexiveis, estar dispostos a se adaptar às mudanças e transformá-las quando necessário.

ENSAIO

Realizamos um ensaio geral, discutindo sobre a linguagem visual do documentário, aquecimento, cobertura de cena, tomadas amplas, médias, close-ups, planos baixo, médio e alto, inclinação, zooms e execução de movimento. Preparamos as entrevistas, abordando os preparação do equipamento, a "viagem", checagem do local e tempo de montagem, escolha de planos de fundo. Planejamos e escrevemos as perguntas. 


A turma se mostra bastante atenta nesta etapa e se sente preparada para a prática, embora sabemos que a própria prática será apenas um outro ensaio, embora realista, onde temos que eliminar a margem de erro, ainda que os mesmo sejam aceitáveis, pois se trata de um trabalho amador, com jovens que nunca forma a campo e que certamente apresentarão nervosismo e desconcentração entre outras atitudes que poderão interferir no processo. Não podemos contar com a sorte, mas a rigidez não faz parte do pensamento. Procuramos antes a flexibilidade e um clima de "brincadeira" séria.

PLANO DE AÇÃO 

Mapeamos os entrevistados e prováveis dias de filmagem, partimos para a estratégia de ação. Teremos 15 dias de captação e 15 de edição aproximadamente. Preparamos as autorizações de uso da imagem, locações e trilha sonora. Comunicamos os dias de conversa com os pais Decidimos quem compõe as equipes nos dias das entrevistas e quem faz exatamente o quê, procurando evitar dispersão e sobrecarga na filmagem.

Com entusiasmo a "equipe" realiza as captações, primeiro na AFAGO, depois no CAIC com o grupo VOAR Teatro de Bonecos e por fim, na Escola Classe 16 - projeto CATIVAR PARA A PAZ. Somos cineastas rústicos, termo cunhado por Anthony Q. Artis, onde nossos recursos são principalmente a criatividade e o dinamismo. Estamos indo em frente, tecendo vidas. Inserimos em nossa entrevista o Wendel José da Silva, ex-traficante e usuário de drogas, que tem um filho e atualmente passa por conflitos existenciais, mas procura o seu caminho. Estamos avançando para a fase da edição, desejamos que tudo corra bem e dentro do prazo.

Continuamos o estudo de câmera (handycam) e tratamos da lei e dos filmes. Ao mesmo tempo percebemos que o método é um móbile, e se quisermos tocar realmente na questão da criatividade, necessitamos de uma gama de incentivos. A oficina sonha ser uma escola, de cinema, mas essencialmente de alfabetização ecológica. Eia estrada longa ... a passos firmes avançamos.

A edição foi finalizada na ultima semana de 2011, e o documentário foi lançado no dia 03 de janeiro de 2012 pela internet (youtube), divulgando em redes sociais e solicitando que os envolvidos nos processos de produção compatilhe a obra Canção Amiga em sua redes. Esse é um trabalho que requer continuidade, tendo em vista que o resultado tem a inteção de mostrar caminhos para a idéia de educação e arte com crianças e jovens. Em janeiro/fevereiro entregamos os certificados dos participantes e realizamos uma mostra no CED 08 do Gama. Estamos fazendo contato também com a TV ESCOLA e a RÁDIO COMUNIDADE do Gama para a divulgação do mesmo em suas redes.

...

REALIZAÇÃO